terça-feira, 6 de outubro de 2015

IUPE Educação: Amor e Conhecimento na Construção da Felicidade - parte 1 - Primeira Infância

O processo de aprendizagem é uma das coisas mais maravilhosas da espécie humana.

Quanto mais o ser humano aprende, mais ele consegue entender a realidade à sua volta e mais condições ele terá de interferir nessa realidade, a seu favor.

Essa interferência, a partir de uma boa bagagem de conhecimento e da sabedoria proveniente da maturação desse conhecimento, é o que torna possível as descobertas, as invenções, e todas as demais criações da espécie humana.

Tudo isso é necessário para uma transformação social positiva, para o progresso científico e tecnológico e, logicamente, para a própria evolução da espécie humana.

E é sempre bom lembrar dos ensinamentos fundamentais de Erik Erikson, quando ele mostra que o ser humano, a partir dos trinta anos, sente necessidade de começar a ver os resultados positivos de sua contribuição social, de seu trabalho produtivo e de sua criatividade, metas que só serão alcançadas por meio da aprendizagem e do uso do conhecimento adquirido com sabedoria.

A satisfação dessa necessidade é a base para o alcance da felicidade.

Algumas pessoas confundem esse sentimento com as alegrias dos prazeres temporários. Esses trazem sensações muito frágeis de felicidade, mas com curto prazo de validade...

Mas, vamos ao que interessa!

Como poderemos garantir que nossos filhos tenham plena capacidade para aprender e possam fazer parte desse seleto grupo de pessoas inteligentes, sábias, produtivas e, naturalmente, felizes?

Para cada fase há uma necessidade diferente.

Vamos enfocar agora apenas a criança em sua primeira fase de desenvolvimento, que vai até os sete anos de idade.

Primeiro devemos entender quais são os valores básicos e fundamentais da nossa vida, os valores que significam os verdadeiros alicerces, sobre os quais todo o conhecimento será construído, permitindo o alcance da sabedoria, da produtividade e da felicidade.

Esses alicerces são AMOR e CONHECIMENTO.

Todo o resto vira apenas como complemento desses dois valores básicos.

O AMOR, nessa fase inicial da vida, é transmitido por nós. Nós pais e nós educadores das creches e escolas de educação infantil.

Entender isso é muito importante, porque a nossa impaciência, o nosso estresse e o nossa “falta de tempo” podem ser elementos destruidores dessa transmissão necessária e imprescindível do AMOR.

AMAR a criança é primordial para conquistarmos a sua confiança e fazer com que ela consiga se desenvolver de forma plena e equilibrada.

Pais ou educadores precisam estar plenamente seguros de serem capazes de desenvolver e manter esse AMOR pelos filhos ou pelas crianças sob a sua responsabilidade.

Havendo a transmissão desse AMOR, haverá a construção do AMOR interior nessa criança, que é a chave para a início da formatação das redes de conhecimento de seu cérebro.

Visto isso, que é o principal, vamos agora as dicas para garantir o desenvolvimento pleno da sua capacidade de aprender.

Como se dá o esse processo?

Em síntese, podemos definir três etapas principais no processo de adquirir conhecimento:

Na 1ª etapa a criança percebe a realidade externa, captando seus sinais por meio de todos os seus elementos sensores;

Na 2ª etapa ela tenta relacionar essas informações com outras já arquivadas em sua memória, para que haja o entendimento;

Na 3ª etapa ela atualiza o conhecimento já existente ou, caso não exista nenhuma memória semelhante, constrói um novo arquivo.

Nossa criança está em seus primeiros anos de vida, logo, sua capacidade de captar as informações externas estão em pleno desenvolvimento e é aí, exatamente aí, que precisamos fazer todo o nosso investimento educacional!

Temos que trabalhar no desenvolvimento de sua capacidade visual, auditiva, gustativa, olfativa e tátil, assim como na identificação de sentidos mais complexos, como variação de temperatura, sensação de humidade e secura e tudo o mais ligado aos seus elementos sensores.

Como se dá essa captação?

O corpo humano possui elementos sensores espalhados por todo o corpo.

Cada um deles tem uma característica especial, mas todos têm algo em comum.

Em comum é a transformação dos sinais externos em pulsos elétricos que são enviados para os processadores localizados no cérebro.

A diferença está no tipo de sinal que cada tipo de sensor transforma.

Os que transformam sons em pulsos elétricos estão na cóclea, dentro do ouvido. Eles ficam em toda a extensão dos canais aferente e deferente da cóclea, captando as frequências das ondas sonoras recebidas.

Os que transformam raios luminosos em pulso elétrico estão na retina, no fundo do olho. Essas células são de dois tipos. Os bastonetes captam luminosidade, permitindo a visão em preto e branco. Os cones captam as frequências coloridas, registrando a percentagem de cada cor na constituição de cada ponto da imagem.

Para identificar olfato e paladar há as células que transforma as substâncias químicas dos alimentos e dos aromas em sinais elétricos, localizados na língua e nas narinas.

Por toda a pele há os sensores que detectam as sensações táteis (pressão e atrito), há os que detectam variações de temperatura e os que detectam humidade.

Podemos ter muitos outros tipos de elementos sensores, mas ainda estão fora do atual conhecimento científico.

Todos esses pulsos elétricos são enviados para o cérebro, onde são processados para constituir o entendimento de mundo e a aprendizagem em geral.

Tanto os elementos sensores espalhados por todo o corpo, como também as redes neurais que vão processar os sinais externos percebidos, captados e transformados, estão em pleno desenvolvimento.

E é comum que as crianças desenvolvam algumas percepções mais que outras, o que poderá trazer algum tipo de dificuldade de aprendizagem no futuro.

Nosso papel principal, então, é criar todos os tipos de exercícios, jogos, passatempos e diversões visando o estímulo ao desenvolvimento de todos os elementos sensores por igual, ou pelo menos, da forma mais equilibrada possível.

Estimular todos os órgãos dos sentidos significa, então, estimular o desenvolvimento pleno cerebral, ampliando a capacidade cognitiva da criança e o entendimento correto de mundo.

Para evitar que algum elemento sensor seja esquecido fizemos uma sugestão às creches e escolas de educação infantil, para que estabeleçam um revezamento do elemento sensor a ser trabalhado.

Para facilitar o planejamento e a execução, cada mês teria o seu elemento sensor a ser trabalhado, possibilitando o intercâmbio de ideias entre as escolas.

A tabela sugerida ficou assim:

Janeiro – temperatura e humidade

Fevereiro – visão

Março – audição

Abril – tato

Maio – olfato

Junho – paladar

E repetindo tudo a partir de julho.

As ideias para tais atividades podem ser extraídas, por exemplo, de exercícios de desenvolvimento psicopedagógico, utilizando todos os recursos disponíveis nas escolas ou usando de criatividade para desenvolver seus próprios recursos com o material disponível.

Como exemplo de exercício institucionalizado, em Curitiba foi criado o “Jardim das Sensações”. 
Nele estão expostas diversas espécies de plantas, para serem “vistas” com as mãos e cheiradas, pelos cegos.

Um corrimão de metal ajuda o apoio das pessoas com baixa visão ou cegos, e na frente de cada planta ou flor há uma placa descritiva em braile.

Diversos colégios mandam seus alunos fazer a visita, obviamente com os olhos vendados, para que tentem entender a forma como o cego percebe a natureza à sua frente.

As ideias são livres. O que precisamos é estimular, por meio de exercícios, todos os elementos sensores.

Exercícios auditivos, por exemplo, devem ser realizados sempre em nível baixo, mas com o maior número de frequências e tonalidades diferentes e mudando a direção da fonte sonora, para desenvolver a capacidade telemétrica auditiva.

Nessa hora pensa-se em chocalhos, sininhos ou mobiles sonoros. São realmente interessantes, mas é sempre bom lembrar de melodias clássicas, onde as frequências são bem reproduzidas e a harmonia ajuda no equilíbrio emocional.

Exercícios olfativos são muito interessante, principalmente para os meninos, já que esses têm muita mais dificuldade do que as meninas, em se interessar por diferença de aromas, perfumes e tudo o mais.

Exercícios de paladar são mais complicados devido ao grande número de crianças, atualmente, com intolerâncias alimentares.

Tomando-se o devido cuidado para esses casos, tais exercícios podem servir também para melhorar a preferência alimentar das crianças, com o estímulo ao conhecimento de todos os sabores de frutas, legumes e verduras.

Para os exercícios de visão podem ser utilizadas, por exemplo, pinturas, desenhos, modelagem em argila, representando o ambiente ou modelos disponíveis.

Uma grande vantagem desses exercícios de estimulação é a possibilidade de se detectar dificuldades ou anomalias perceptivas ou de processamento cerebral, como as dislexias, discalculia e outras.

Qualquer dúvida, comentário ou sugestão, entre em contato pelo nosso e-mail:

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Um forte abraço a todos.

Até nosso próximo encontro.

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